O mercado de criptomoedas começou a mostrar sinais de recuperação após um período difícil, onde as perdas foram tão significativas que resultaram no maior evento de liquidação da história do setor. Na última segunda-feira (13), o Bitcoin estava negociado a US$ 114.913, com uma alta de 3% no dia. Em reais, isso corresponde a cerca de R$ 636.955.
As altcoins, ou criptomoedas alternativas, também estão se recuperando, com o Ethereum, Solana e XRP registrando um aumento de aproximadamente 8%. Outras moedas, como Cardano e Dogecoin, avançaram 10%. Esse movimento de retorno segue uma queda drástica na sexta-feira, onde o Bitcoin despencou de US$ 121.000 para US$ 109.000 em apenas sete horas, anulando os ganhos que havia acumulado no começo de outubro. O Ethereum também enfrentou um momento complicado, caindo para US$ 3.686, enquanto a Solana ficou pouco acima de US$ 173.
Esse cenário volátil gerou um “crash relâmpago de liquidações”, eliminando quase US$ 7 bilhões em todos os mercados em apenas uma hora, sendo US$ 5,5 bilhões provenientes de posições longas. Após essa tempestade, cerca de US$ 20 bilhões em liquidações ocorreram em um único dia, o que caracteriza a maior liquidação já registrada no universo das criptomoedas.
Além disso, as ações também foram afetadas, com quedas significativas no Nasdaq (-3,6%), S&P 500 (-2,7%) e Dow Jones (-1,9%). Essa onda de liquidações nos mercados veio após o anúncio do então presidente dos EUA, Donald Trump, de que cancelaria uma reunião prevista com o presidente chinês Xi Jinping e que aumentaria as tarifas sobre importações da China, uma decisão que ele mesmo reconheceu ser “potencialmente dolorosa” para os americanos.
A tensão aumentou ainda mais após a China restringir a exportação de terras raras e minerais essenciais, criando um clima de incerteza entre as duas potências. No entanto, sinais de uma possível suavização na postura da China começaram a surgir, com analistas sugerindo que a turbulência do mercado pode ter sido uma reação exagerada às notícias geopolíticas.
Rali de alívio
Conforme a situação se desenrola, alguns especialistas começaram a falar em um “rali de alívio”. Dean Serroni, CEO da gestora de investimentos de cripto Merkle Tree Capital, mencionou que a alta de 11% do Ethereum é, na verdade, uma reação natural após uma queda excessiva relacionada às notícias tarifárias. Segundo ele, a pressão para vender estava “fraca”, o que pode ser um bom sinal para os próximos dias, já que o mercado parece estar se ajustando.
Serroni também destacou que essa queda drástica não representa uma rejeição estrutural do mercado, mas sim uma reação impulsiva a fatores externos. É um lembrete de que, para além dos números, as emoções e a política têm um grande papel na movimentação do mercado de criptomoedas.
